Pesquisar este blog

segunda-feira, maio 23, 2011

Chá do dia 3

Chazinho de camomila para dormir e o pensamento que permanece ao longo do dia que 
nasce em seguida...

Não é justo nem aconselhável agir em desacordo com a própria consciência. 
Martinho Lutero.

domingo, maio 01, 2011

Meus 8 anos



E depois de tantas horas falando em  filhos, educação, novos tempos, o desafio de ser pais, medos, inseguranças... o domingo amanheceu com cheirinho de saudade... e aí caí da cama e despenquei num lugarzinho dos mais especiais... sabe aquele lugar em que você passou muitos dias da sua infância? Pois é... e foi uma delícia! Tinha gostinho de leitinho queimado com açucar e canela... 
E imediatamente lembrei-me das aulas de literatura... tenho certeza que Casimiro de Abreu explica melhor que eu...
 
MEUS OITO ANOS
Casimiro de Abreu

Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despontar da existência!
Respira a alma inocência,
Como perfume a flor,
O mar é lago sereno,
O céu um manto azulado,
O mundo um sonho dourado,
A vida um hino d'amor !

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar !

Oh! dias de minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Pés descalços, braços nus,
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas
Brincava à beira do mar;
Rezava as Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Oh! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
 À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!