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domingo, abril 22, 2012

Amizade


Alguns afirmam que ela não existe: a AMIZADE! Em especial entre nós mulheres! 
Dizem que falamos do cabelo, da roupa, da outra pessoa. Que queremos o homem, o emprego da outra, entre tantas outras coisas.
Outros dizem que mulheres são tão amigas que chegam a ser insuportáveis. E que passam até a ficar parecidas.
Pois bem! Não nego que já tive "amigas" que na busca de ser eu tentaram copiar roupas, sapatos, cabelos, modos, puxaram tapete em emprego e também quanto aos homens. Mas realmente essas não são amigas e também não encontro uma classificação no vocabulário que seja digno para esta espécie de "ser".
Mas como não ser cercada por elas: AMIGAS!
Olho para cada uma delas e vejo uma parte de mim... Não se se eu as influencie ou elas me modificaram, mas a verdade é que me reconheço em cada uma delas.
A amizade nasce sem sentirmos, despretensiosa... seja no colégio, em um bar, no aniversário de outra amiga, na busca de um mesmo ídolo, na porta de um hotel, em ambiente de trabalho, em um curso de pós graduação... tem as amigas das amigas e tem aquelas que nascem na família como primas, tias! Tem aquela amiga de infância, tem aquela cujos pais eram amigos... a verdade é que não importa onde e como nasce essa amizade, mas importa o quanto ela cresça e floresça!
E é tão bom amizade que cresce, floresce e gera frutos!
É engraçado pensar que já falamos de Barbie, de presente de Dia das crianças, de papai noel! Que dançamos músicas da Xuxa, da Mara Maravilha e da Angélica. Que assistimo O Rei Leão e tantos outros filmes! 
Aos poucos descobrimos a paixão por roupas, sapatos (hã os sapatos!), bolsas, bijus e maquiagens! Também descobrimos as cólicas e menstruação! É, como nos disseram: ficamos mocinhas! Confidenciamos as primeiras histórias amorosas, as angústias pelo escolha da carreira e pelo temido vestibular! Tomamos o trote, o primeiro porre! Conquistamos o primeiro diploma, gastamos o primeiro salário! Viajamos para a praia, para o mato ou ficamos finais e finais de semana comendo, chorando e assistindo comédias e romances! 
Dividimos os piores momentos de perda de entes queridos. Choramos juntas, enxugamos nossas lágrimas, tiramos sorrisos, sabedoria e serenidade de onde nem existia para alegrar a outra! 
Quantos corações sofridos, partidos, inteiros, completos, felizes! Tudo compartilhado!
E pensar que hoje falamos de trabalho, dinheiro, Deus, livros, namorados, noivos, maridos, filhos, cachorros, casamentos, enfeites, receitas, roupas, sapatos, maquiagens, cosméticos, tratamentos anti sinais, anti celulite, anti estrias...
E pensar que chegará um dia que inevitavelmente falaremos de netos, excursões, aposentadorias, tristezas, alegrias, sapatos, roupas, maquiagens, cosméticos- SEMPRE -, tratamentos anti sinais, anti celulite, anti estria, anti tudo... haha... relembraremos com saudades e orgulho essas histórias que estamos escrevendo juntas!
E é engraçado como mesmo com os dias tão corridos, com o contato não mais tão diário, bastam poucas horas de conversa e já contamos detalhadamente nossa vida e é como se estivéssemos juntas em todos os momentos! Porque a verdade é que mesmo distantes, pela distância ou tempo ou ocasiões, estamos sempre juntas! Sabemos e sentimos o que a outra está passando! Isso porque estamos ligadas pelo amor! 
E é por tudo isso que eu digo não existe nada melhor que ter amigas-irmãs! Porque eu sou todas elas e elas são partes minhas. Simples assim!

sexta-feira, abril 20, 2012

Origem, com muito amor!



Minha origem, minha terra, minha raiz, meu lugar amado! Muito orgulho de ser filha desta terra abençoada!  

As estratégias energéticas de Santa Maria 

Quem vai para Santa Maria e tem "olhos de ver e sentidos para sentir" entende porque o Chico aconselhava tantas pessoas psiquicamente perturbadas a irem para Santa Maria
Izabel Vitusso

A comunidade de Santa Maria não tem mais de 8.000 alqueires mineiros. Pequena em território, é grande o suficiente para abrigar peças importantes da história do Espiritismo e do passado político, geográfico e cultural do Brasil.
Prova disso, é o bonito casarão, do século 19, que ali se mantém perfeitamente conservado.
Mas era o que os olhos não viam o que mais atraiu os olhares para aquelas terras cravadas no cerrado de Minas. O que fazia as pedras voarem, vozes surgirem do nada, tamboretes se espatifarem no espaço?
Isso é o que o tio de Eurípedes Barsanulfo, Mariano Cunha, precisava e foi descobrir.
Mas Santa Maria é mais que a comunidade onde Mariano Cunha e Eurípedes Barsanulfo se converteram.
Dizem que "Santa Maria está entre a Terra e o Céu" e confirma o que os druidas e outras civilizações já diziam: "A Terra possui locais de alta concentração de energia, com vibrações que favorecem a saúde física e mental."
Não é difícil perceber porque Santa Maria ficou tão conhecida.
Fundada sob um cruzeiro, a Fazenda Santa Maria revela histórias de muitos que lá reencontraram o equilíbrio espiritual
É difícil no meio espírita encontrar alguém que não tenha ouvido referências à cidade de Sacramento e à Fazenda Santa Maria, em Minas Gerais. A primeira é berço de um dos principais nomes vinculados à doutrina espírita: Eurípedes Barsanulfo. A segunda, na extensão de Sacramento, tornou-se pólo mediúnico e berço do Espiritismo no Brasil Central.
E ao que tudo indica, a região não fora escolhida a esmo para abrigar tarefa de tal importância na disseminação do Espiritismo.
Situada na região do Triângulo Mineiro, coleciona histórias de pessoas que para lá foram em busca da recuperação da saúde, principalmente espiritual, desde o século 19, quando as notícias sobre as curas realizadas por Eurípedes Barsanulfo vararam o Brasil, chegando até mesmo no exterior.
Segundo o livro Eurípedes, o espírito e o compromisso, ditado por Corina Novelino à médium Alzira Bessa Amui, Eurípedes projetou sua vinda a Sacramento, "onde há muito eram observadas as estratégias energéticas que imantavam essa região, porque assentada em alta carga vibratória, devido ao próprio ambiente físico das montanhas, vegetação, e onde a riqueza de águas no ambiente natural muito auxilia a atmosfera mental dos espíritos reencarnantes."
Também o escritor Eduardo Monteiro conclui em sua obra Cem anos de Evangelho com Eurípedes Barsanulfo que "Santa Maria está entre a Terra e o Céu. A ciência moderna já consegue provar com sua tecnologia o que os druidas e outras civilizações sábias do passado já diziam: nossa Mãe Terra tem locais de alta concentração positiva de energia, os chamados "chacras" da Terra, onde as vibrações favorecem a saúde física e mental de pessoas e animais, e as iniciativas fluem mais promissas e com naturalidade. (...) A região de Sacramento é um desses chacras da Terra e que em Santa Maria encontra-se o seu epicentro."
E é para lá que até hoje muitas pessoas se dirigem, buscando o refazimento físico e espiritual.
Para lá também tem se dirigido grupos com iniciativas que valorizam o potencial energético e espiritual da região, como o projeto da comunidade biossocial Harambê, realizado em parceria com a Fundação Peirópolis, de Uberaba, MG.


Os fenômenos mediúnicos de Santa Maria 

Seria difícil imaginar quantas pessoas se beneficiaram com os tratamentos espirituais realizados na Fazenda Santa Maria, muito antes de Eurípedes Barsanulfo conhecer o Espiritismo
Adolfo Ramos de Almeida é responsável pelo Albergue Sinhô Mariano, na Fazenda.,nheceu Fazenda Santa Maria. Adolfo não conheceu outro trabalho: desde 1949 se dedica ao Albergue, hoje Recanto Sinhô Mariano, fundado para abrigar as pessoas que se dirigiam para a região, desde quando as notícias sobre curas começaram a se espalhar.
Natural de Santa Maria, que pertence à cidade de Conquista-MG, Adolfo Ramos é bisneto da irmã de dona Meca, mãe de Eurípedes Barsanulfo. Conhece fatos narrados pelos mais velhos e outros vividos por ele mesmo. 

O senhor então conviveu com sr. Mariano da Cunha, que foi quem converteu Eurípedes para o Espiritismo. É isso?
Convivi muitos anos com tio Mariano da Cunha, e também com tia Meca. Ele desencarnou em 1949 e ela em 1952. Na época, ele trabalhava com fitoterapia, Depois passaram a comprar essência e fazer homeopatia. Bezerra de Menezes é quem ditava as receitas. Fazia um trabalho em equipe, com gente indo para mata buscar ervas para preparar os remédios. O que a gente sabe é que Eurípedes era um espírito elevadíssimo. Tio Sinhô [como chamam Sr. Mariano na região] falava para ele as coisas dos espíritos, mas ele não arredava o pé. Dizia que tudo aquilo era coisa do demônio. Mas Eurípedes gostava muito do Tio Sinhô, que em todo seu aniversário a gente ia pra lá cantar para ele. A gente convivia junto, os netos, filhos, todos. 

Como surgiu o Albergue Sinhô Mariano? 
Tio sinhô começou a tratar pessoas obsediadas, perturbadas, que vinham tomar passe. Vinham e acabavam ficando nas casas das pessoas que moravam aqui. Quando desencarnou, o filho mais velho, Ranulfo [Gonçalves da Cunha] é que ficou como responsável.
Cinco anos depois de quando Tio sinhô desencarnou, em 1949, é que o sr. José Sábio Garcia fundou o Albergue. Era um espanhol fugido da guerra. Trabalhava para os outros na fazenda. Casou-se e logo sua esposa ficou perturbada. Procurou tratamento em Santa Maria e aqui ficou. Foi aí que fui chamado para trabalhar. Eu tinha 19 anos e já vinha dormir aqui. Cada dia vinha um. 


Eurípedes também dormia com os obsediados que pousava no Colégio enquanto faziam o tratamento em Sacramento. Os espíritos davam trabalho para ele. E aqui? 
Ih! Tinha noite que era uma barulheira! Mas era rezar e ter paciência, fazer leitura que passava.
Eurípedes fazia sessão de desobsessão em Sacramento, mas quando faleceu, acabou. Aqui já tinha começado antes e o trabalho continua. Mas de quatro anos para cá mudou a lei e o Albergue só pode ser pousada. Para ser um lugar de tratamento agora exigem que tenha médico 24 horas. Os doentes antes vinham e ficavam internados. E eram dos bravos.
Todos os que chegavam vinham muito mal. Se eu for te contar !!!
Muitas pessoas que chegavam nas delegacias e que ninguém dava conta, porque quebravam tudo, rasgavam roupa, a polícia já dava um jeito de encaminhar até aqui. E o que já foi realizado de cura nesses anos todos é uma coisa impressionante.

E histórias sobre o início dos fenômenos em Santa Maria?
Tem uma do Tio Sinhô, da época que ele era materialista que só ele. Ele montou uma venda, no tempo em que morava aqui perto em Engenheiro Lisboa. Um dia chegou uma pessoa na venda e pediu para ele guardar o seu facão, que quando voltasse da viagem pegava de volta. Tio Sinhô puxou a gaveta e guardou. Quando passado um tempo o dono do facão foi pedir de volta, o facão havia sumido. Tio Sinhô disse: O facão sumiu! Pode pôr preço que eu pago. O homem disse que não tinha preço, era de estimação. Tio Sinhô foi de volta em sua mesa e pensou: Será que eu vou ter que matar esse homem hoje? Se eu não matar, ele me mata! De repente sua mão começou a se mexer e a escrever com uma força estranha, que não era dele. Escreveu: "O facão está lá assim, assim...." (o facão havia sido tirado do lugar onde ele tinha guardado).
Aquilo que acontecia com o Tio Sinhô foi um chamamento para a mediunidade. Era manifestação mediúnica inconsciente.


O caso do dinheiro do fazendeiro

Certa vez um fazendeiro veio para a região comprar vara de porcos. Apeou na estação com dinheiro no bolso. Negociou e ficou de pagar na manhã seguinte, quando os porcos iam ser embarcados, no trem. Quando foi pernoitar, cadê o dinheiro do bolso? E era muito, porque não tinha cheques na época. O homem ficou desesperado. Falaram para ele vai na venda no Tio Sinhô. Ele acha as coisas perdidas. Nessas horas, quem não vai?
E lá foi a mão do Tio Sinhô a começar a mexer sem parar. E ele já dizia: Uh! Isso não tá em mim, não! Isso não tá em mim, não! E começava a escrever:
"Se pular o rego d'água vai ver um ramo assim, assim, está lá! Uma quantia menor a água levou." O fazendeiro foi para lá e por sorte encontrou o dinheiro.
Depois Tio Sinhô encontrou Frederico Peiró. Era um dos poucos que tinha noção de Espiritismo na região. Logo Tio Sinhô muda para cá. Em Santa Maria tinham fenômenos mediúnicos demais. Ele chama sr. Frederico para vir na sua casa e começaram os trabalhos mediúnicos. Incrível o adiantamento espiritual de Bezerra de Menezes. Ele havia desencarnado em abril e em 20 de agosto do mesmo ano, de 1900, já estava ali orientando.

O que mudou então depois da nova lei?
"As pessoas que vêm não ficam mais internadas como antigamente. Hoje é uma casa de repouso, não internamos mais pessoas com distúrbios como antigamente. Entram e saem, passeiam, vivem em contato com a natureza, levam uma vida normal. Mas muitas pessoas, vindas até mesmo do exterior, que foram curadas aqui continuam vindo em busca do sossego, do contato com a natureza, as energias de Santa Maria. O Chico muitas vezes indicava: Vai para Santa Maria e lá você se cura! É por isso que eu digo, enquanto a gente puder, o trabalho do Recanto continua. (www.recantosinhomariano.org.br)
Construído em 1851, o casarão de Santa Maria conserva o quarto onde Barsanulfo se hospedava quando ia visitar a fazenda


Pioneirismo no Brasil Central

Assim que Mariano da Cunha passou a morar em Santa Maria, estranhos fenômenos começaram a acontecer. Para a comunidade rural, o que acontecia eram "coisas do demônio": pedras voavam sobre os telhados, vozes que não se sabia de onde vinham, assobios, médiuns tomados. Certa feita, um tamborete de propriedade de Mariano foi totalmente desmontado por um espírito, sem contato físico de ninguém. Mariano recorreu então a seu patrão, Frederico Peiró, para tentar solucionar o problema. Peiró e seu irmão Maximino Alonso vão a Santa Maria e diagnosticam a grande quantidade de médiuns entre os habitantes. Após algumas sessões, os fenômenos foram controlados e surge o núcleo de habitantes que dá seqüência aos trabalhos mediúnicos, sob a orientação à distância de Peiró e Alonso. As reuniões eram realizadas nas casas dos moradores da fazenda, mas a profusão de médiuns de efeitos físicos ocasionavam situações inusitadas. Por esse motivo, sinhô Mariano e seu amigo inseparável Delfim Pereira de Araújo fundam na Fazenda o Centro Espírita Fé e Amor, em 28 de agosto de 1900, dirigidos hoje por sr. Aberlardo da Cunha, sobrinho do Sinhô Mariano, e sua mulher, Iola Ramos da Cunha.


Escravidão sem escravos

Antes da fundação de Sacramento, Cônego Hermógenes recebeu do Rei S. João VI a incumbência de demarcar sesmarias da região para serem entregues a quem se dispusesse a cultivá-las. Entre elas, havia uma da predileção de Hermógenes, muito bonita, que reservou a seu irmão, o padre Antonio Alves Portela e a denominou Santa Maria, por encontrar, ao demarcar as terras, um clarão marcado com cruzeiro e um altar a Maria. Antonio Alves apaixonou-se por uma escrava e dela teve um filho, Joaquim Gonçalves de São Roque, que recebeu estudos e ganhou notoriedade, na época. Casou-se e, com o tempo, criou uma comunidade rural inédita para a época. Sendo parente dos escravos, os protegia e permitia que junto a seus familiares, construíssem pequenas casas e vivessem na comunidade de lavoura de subsistência ao lado do trabalho que prestavam aos proprietários. Quando da libertação dos escravos em 1888, as outras fazendas importaram imigrantes. Fato não ocorrido em Santa Maria porque todos os escravos e descendentes não quiseram partir. Os filhos do Capitão São Roque e seus netos aprenderam a tratar os descendentes de escravos como parentes.
Foi o capitão São Roque o construtor do casarão da Fazenda Santa Maria, com o trabalho de seus parentes escravos. Com alicerce feito de pedra tapiocanga e madeira aroeira, o casarão se mantém em pé há mais de 150 anos, e abriga a sede do Instituto Leopoldina Geovana de Araújo, que oferece cursos profissionalizantes e evangelização.


Casa Assistencial Bezerra de Menezes

Em terreno doado por descendentes do Capitão São Roque, existe também em Santa Maria a Casa Assistencial Bezerra de Menezes, para atendimento a crianças especiais. Inaugurado em 1999, o projeto é a concretização de um dos sonhos acalentados por Heigorina Cunha, sobrinha de Eurípedes Barsanulfo. Conhecida no movimento espírita, pela manutenção, em Sacramento, dos trabalhos iniciados por Eurípedes, como a realização do Culto do Evangelho, diariamente às 9:00 horas, ela lutou por muitos anos para vencer a poliomielite que a acometera no primeiro ano de vida. Idealista, buscou recursos financeiros em doações com empresário que se identificou com a tarefa e viu seu sonho se realizar. Em agosto de 2006, inaugurou o terceiro dos quatro pavilhões previstos para a assistência às crianças, que já desfrutam de modernas instalações, incluindo parque aquático com piscinas aquecidas. Com capacidade para atender ao final do projeto 150 crianças, em regime semi-aberto, hoje a Casa Assistencial atende a 31.

Corina Novelino, Eurípedes, o homem e a missão. IDE, 1979.
Alzira Bessa Amui, Eurípedes, o espírito e o compromisso. GEEC,1999.
Eduardo Carvalho Monteiro, Cem anos de Evangelho com Eurípedes Barsanulfo. CCDPE, 2005.
Jorge Rizzini. Eurípedes Barsanulfo, o apóstolo da caridade. Correio Fraterno, 2004.
www.spauberaba.com.br
O projeto para a criação de áreas como a fazenda Harambê é oferecido gratuitamente pela Fundação Peirópolis de Uberaba, Minas Gerais.

* Editora do jornal Correio Fraterno.
Publicado no jornal Correio Fraterno, edição 413- jan/fev 2007

quarta-feira, abril 18, 2012

A verdadeira arte de viajar!



A verdadeira arte de viajar:
A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa.
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali…
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!

Mário Quintana

terça-feira, abril 10, 2012

Eu não queria destruir nada nem ninguém...



"A única coisa mais inconcebível do que ir embora era ficar; a única coisa mais impossível do que ficar era ir embora. Eu não queria destruir nada nem ninguém. Só queria sair de fininho pela porta dos fundos, sem causar alvoroço nem conseqüências, e depois só parar de correr quando chegasse à Groenlândia".

É por isso que eu amo tanto Liz Gilbert! Não sei como ela consegue me entender tanto... é por isso que não canso nunca de assistir e ler "Comer, Rezar e Amar". É como se eu visse quase a minha vida inteira... só que sendo encenada pela Julia Roberts, muito mais bonita, claro! rs. 

Obrigada Liz! Por saber colocar em palavras tudo o que se passa aqui dentro...

domingo, abril 08, 2012

A geração WEB


É por isso que digo que o meu desejo é construir minha família na "roça"... quero crianças brincando na terra, colhendo acerolas e jabuticabas no pé, decorando a casa com flores dos jardins... machucando nas pedras das cachoeiras... salvando tatu, pássaros e lagartos... 
Engenhocas eletrônicas de rádio a super aparelhos somente com fiscalização, informação e moderação! 

Zdeneck Pracuch - Jornal A Nova Era - Março 2012

Estamos assistindo uma queixa generalizada sobre a deterioração da vida familiar. As queixas partem de toda parte. Dos assistentes sociais, das forças de segurança que sentem os efeitos cada vez maiores da criminalidade de adolescentes, mas principalmente, são os professores quem mais os sentem e são prejudicados por este fenômeno. 
Mas, será que é só a deterioração da vida familiar que empurra os jovens ao caminho errado? Será que os jovens têm maturidade suficiente para absorver tudo o que o modo de viver e a tecnologia do terceiro milênio estão colocando nas mãos deles? Refiro-me principalmente sobre a área de comunicação que, embora promova a comunicação instantânea, está afastando as pessoas cada vez mais da comunicação direta, da comunicação pessoal que permite um debate, uma troca de idéias, um respeito peças opiniões de outros, de aprendizado ao ouvir e analisar? 
Como podemos influenciar os nossos jovens, mostrando a eles a riqueza da vida espiritual, os valores intrínsecos depositados em todos nós no fundo da alma?
Estes pensamentos nasceram na minha mente durante as festas de Natal deste ano. quando recebemos no nosso lar a visita do filho caçula com os dois netos adolescentes. Ansiava por este encontro antegozando os momentos de diálogos que mantínhamos quando ainda eram pequenos e mais dependentes da gente. Mas, infelizmente, a realidade se mostrou diferente. O amor e a apreciação mútua não sofreram nenhuma mudança. Mas, o comportamento da nova "geração web" foi algo de difícil compreensão sob o aspecto tradicional da convivência.
Nada a objetar sobre a vida familiar dos netos. Pais amorosos numa dedicação exemplar, um lar tranquilo, sem problemas materiais, ou seja, um quadro a ser desejado por todos aqueles que não têm a sua volta a fortaleza de uma vida familiar exemplar. O que falta, então? Por incrível que pareça, nesta era de comunicação, o que falta é exatamente a comunicação.
Os netos, cada um com uma engenhoca própria na mão - um smartphone, um iPhone - sentado num canto ou num quarto isolado, calados, durante horas, jogando games, trocando as mensagens com os amigos distantes, divertindo-se solitariamente. A neta, ao mesmo tempo que assistia a televisão, se ocupava do smartphone. Sem sentir nenhuma falta de convívio, de compartilhar o momento agradável de visita após longo período de ausência, num lugar distante, onde havia tanta coisa a comentar, a descobrir.
Como podemos influenciar os nossos jovens, mostrando a eles a riqueza da vida espiritual, os valores intrínsecos depositados em todos nós no fundo da alma, como despertarmos neles a consciência da riqueza da vida espiritual, quando estão tão fascinados pelo aspecto material da vida, pelo apelo hipnótico das conquistas tecnológicas? Será uma tarefa difícil, árdua, mas necessária! Os educadores espíritas não podem olhar sem ação, vendo que uma geração está, por falta de uma melhor orientação, seguindo um caminho, que forçosamente a levará às frustrações e decepções como tudo que é baseado no materialismo e imediatismo da concepção "moderna" da vida.
A tarefa podia ser muito mais difícil há alguns decênios, mas hoje? Com tanta divulgação espírita? Com filmes, vídeos, literatura abundante e até telenovelas já abordando a vida após a vida e as consequências de vidas mal orientadas?
Não podemos nos omitir. É uma obrigação de todos espíritas de tentar, pelo menos tentar, encaminhar as mentes jovens numa direção que irá, com certeza, representar uma diferença profunda nas vidas deles.
Como diz aquele provérbio chinês: vale muito mais acender uma vela do que queixar-se da escuridão! Que cada um de nós acenda pelo menos uma vela!

Fascinação Amorosa


Richard Simonetti - Jornal A Nova Era, Março 2012.

Só pensava nela. Cérebro em circuito fechado. A jovem namorada, de estonteante beleza, ocupava-lhe todos os espaços mentais. Última lembrança ao dormir. A primeira, ao despertar.
Levantava-se com ela, passava o dia pensando nela, por ela suspirava... Em seus devaneios imaginava-se a retê-la em seus braços, aspirando seu perfume, cobrindo-a de carícias, fundindo-se ambos em ardentes abraços.
Às vezes desligava-se. Eram momentos fugidios, como breves intervalos separando músicas num disco. Logo recuperava-lhe a imagem, assustado como quem houvesse sofrido a perda da respiração por momentos.
Contava os dias e as horas que os separavam. A seu lado pedia a Deus que parasse o relógio do tempo, a fim de que pudesse desfrutar indefinidamente a ventura de sua presença.
Sempre acontecia o inverso: Juntos, as horas ganhavam asas. Separados, fluíam com a lentidão das tartarugas.
Com incontáveis variações, encontramos na literatura universal envolvimentos passionais semelhantes. Um paraíso, quando tudo corre bem. Um inferno, se surgem problemas. Semelhantes experiências situam-se nos domínios da fascinação quando, a partir da atração física, instala-se o desejo irrefreável de comunhão carnal, em paroxismos passionais. George Bernard Shaw, teatrólogo inglês, dizia, referindo-se ao casamento, que um dos paradoxos- da sociedade humana é que pessoas apaixonadas são obrigadas a jurar que continuarão naquele estado excitado, anormal e tresloucado até que a morte as separe.
Muitas uniões efêmeras ocorrem a partir de envolvimentos passionais, principalmente entre jovens, empolgados por recíproca fascinação, quando se rendem ao domínio dos hormônios.
Justamente por inspirar-se nos instintos, a fascinação amorosa é a mais freqüente, responsável por casamentos precipitados, adultérios, separações, crimes e tragédias sem fim.
Proclama a sabedoria popular que a paixão é cega, o que exprime uma realidade. Paixão e bom senso raramente seguem juntos.
Por isso os Espíritos obsessores estimam envolver as pessoas passionais, torturando-as com anseios amorosos irrealizáveis ou usando-as para exercer sua ação nefasta, criando estranhas e perigosas situações.

sábado, abril 07, 2012

O sexo é sinônimo de Felicidade?


Texto muito esclarecedor, em especial aos jovens espíritas. Importante ser debatido nas nossas mocidades.

Nelson Moraes - Jornal A Nova Era - Março 2012

Considerando que não somos seres biológicos, mas sim espíritos estabelecidos biologicamente em caráter temporário neste mundo, é óbvio que para continuarmos reencarnados temos que atender às necessidades do corpo que nos serve de instrumento para a nossa manifestação.
Entre as necessidades físicas que obrigatoriamente temos que suprir, o sexo seria uma delas?
Estudando a evolução do sexo a partir da infância compreendida do berço até os cinco anos ou um pouco mais, – isso considerando a precocidade das crianças dos tempos atuais –, vamos observar que nesse período não se percebe qualquer comportamento que revele impulsos sexuais, o que indica que a sexualidade no ser humano não é instintiva como nos animais que desde cedo ensaiam o ato sexual.
Isso posto, somos levados a entender que reencarnamos esquecidos do sexo e que seus impulsos não são orgânicos e só passam a ocorrer quando a libido for acionada através da epífise.
No livro Missionários da Luz, psicografado por Chico Xavier, o espírito Alexandre faz importantes revelações a André Luiz sobre a epífise:
“– Não se trata de órgão morto, segundo velhas suposições – prosseguiu ele. – É a glândula da vida mental. Ela acorda no organismo do homem, na puberdade, as forças criadoras e, em seguida, continua a funcionar, como o mais avançado laboratório de elementos psíquicos da criatura terrestre. (...)A glândula pineal reajusta-se ao concerto orgânico e reabre seus mundos maravilhosos de sensações e impressões na esfera emocional. Entrega-se a criatura à recapitulação da sexualidade, examina o inventário de suas paixões vividas noutra época, que reaparecem sob fortes impulsos”.
“– Ela preside aos fenômenos nervosos da emotividade, como órgão de elevada expressão no corpo etéreo. Desata, de certo modo, os laços divinos da Natureza, os quais ligam as existências umas às outras, na sequência de lutas, pelo aprimoramento da alma, e deixa entrever a grandeza das faculdades criadoras de que a criatura se acha investida”.
Considerando a colocação de Alexandre quando define a epífise como a glândula mental e que através dela é que ligamos nossas existências umas às outras, podemos concluir que ela seria como um chip situado no corpo etéreo onde estão arquivadas todas as experiências vividas em encarnações passadas. Quando acionada na puberdade, faz com que ressurjam no subconsciente os impulsos sexuais inerentes ao psiquismo desenvolvido durante nossas experiências anteriores, os quais não estão submetidos às imposições físicas, daí podendo ocorrer que uma criança do sexo masculino venha a despertar a libido com tendências femininas e vice-versa.
Não é propósito destas considerações aprofundar-se no conhecimento da epífise, mas cabe aqui outra observação de uma das suas prováveis funções, também importante para o nosso conhecimento. Ainda no livro citado, segundo observou André Luiz durante uma manifestação mediúnica, a epífise do médium foi tomada de uma luminosidade intensa, ou seja, durante o transe mediúnico ela foi de alguma forma acionada. Considerando-a como um repositório de arquivos transcendentes, o espírito, no momento em que se comunicava, provavelmente resgatou conhecimentos ali arquivados, adquiridos pelo médium através das vidas sucessivas, o que, como é sabido, lhe facilita elaborar a mensagem que quer passar aos encarnados.
No meu entender, essa seria a função da epífise na mediunidade. Sem qualquer prurido de sabedoria, eu afirmaria que podemos considerá-la como a glândula do animismo.
Voltando ao assunto central deste artigo, concluímos que, diferente das necessidades físicas, o sexo é uma necessidade psíquica.
É inegável que o sexo acabou assumindo um papel preponderante nos conceitos de felicidade da maioria dos homens e mulheres, que passaram a considerá-lo como fonte de prazer. 
Entretanto, considerando que a sede incontrolável de sexo, da qual muitos são acometidos, tem sido uma das maiores causas da desagregação familiar, pergunto: o sexo seria tão importante para a união feliz entre um homem e uma mulher?
Embora uma maioria acredite que sim, temos que considerar que estamos em um mundo de expiação e provas; nele renascemos imantados a um determinado espírito com quem vamos realizar a união conjugal para atender às nossas necessidades num mundo com aquelas características. Ocorre que os dois espíritos nem sempre carregam consigo as mesmas afinidades, daí serem raros os casais que alcançam a plenitude em suas relações sexuais e afetivas.
Atendendo a esse processo reeducativo, geralmente o homem frio se une a uma mulher sensual, e vice-versa. Diante dessa situação, um deles terá que reeducar seus impulsos sexuais e, se houver amor realmente, a renúncia deverá comparecer para compor a felicidade a dois com menos sexo. Temos que reconhecer por trás desse contraste um maravilhoso processo criado pelas leis divinas para ajudar o espírito reencarnado a corrigir os excessos praticados em outras vidas, possibilitando-lhe alcançar o reequilíbrio psíquico e emocional.
Por outro lado, se a sensualidade excessiva não se contém, a união que poderia resultar em uma união feliz, com proveito evolutivo dos espíritos envolvidos, acaba desabando em separações ou em traições que comprometerão o futuro do espírito, acarretando sofrimentos ulteriores que poderiam ser evitados.
Já ultrapassamos os horizontes da animalidade. A união entre um homem e uma mulher não é uma união apenas entre macho e fêmea, semelhante à que ocorre no reino animal, mas sim a união de dois espíritos em evolução que buscam o aprimoramento moral e o equilíbrio das forças psíquicas necessárias ao desenvolvimento do verdadeiro amor.
A busca desenfreada das fantasias eróticas como estímulo, que ora se vulgariza em nosso mundo, jamais trará a felicidade conjugal. Muito pelo contrário, acabará corrompendo valores íntimos que deveriam (se) transformar-se em virtudes através da renúncia, com o objetivo de alcançar uma consistente educação e o aprimoramento dos sentimentos.
Para que haja uma perfeita harmonia sexual na vida de um casal, a relação sexual não deve ser imposta na hora em que apenas um dos cônjuges bem entender; deve antes nascer de um envolvimento natural de ambos, para que o prazer não seja unilateral.
Na verdade, felicidade e amor verdadeiro entre dois espíritos é o que perdura até a idade avançada, quando o sexo já não tem nenhuma importância e cede lugar ao afeto carinhoso que nasce da preocupação de fazer o outro feliz.