Pesquisar este blog

domingo, junho 10, 2007

ZeNnNnN.. ZzZzZzZzZzZz...


Lembram dos textos que guardo para reler de tempos em tempos?!?!


Então, neste domingo reli palavras de Jorge Luiz Borges, um poeta argentino morto em 1987... e passei um domingão totalmente zen, cuidei de mim como há muito tempo não cuidava...
Cuidei do cabelo, da pele, dos ouvidos, do coração... fiquei o dia todo de saia hippi, havaianas, sem nenhum batonzinho, brilhinho, tomei três bolas de sorvete, comi paqueca, tomei Coca Cola normal, Elma Chips, chocolate, fiquei de papo pro ar, falando e ao lado de pessoas realmente queridas...
Tudo isso tendo milhares de coisas para fazer... a vida é muito curta, não podemos fazer apenas o que tem que ser feito, mas o que queremos verdadeiramente fazer...

E foi assim também que decidi que daqui uns tempinhos irei mesmo sair do país... aguardem!!!! hahahhahaa... novas aventuras!!! Muito mais quilômetros, muito menos dinheiro e muito menos coisas no que antes era mala e tornar-se-à mochila!!! hahahahaha....
ADOROOOOOO....


Instantes


Se eu pudesse viver novamente a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser perfeito; relaxaria mais.
Seria mais tolo do que tenho sido; na verdade,
bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico.
Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvetes e menos lentilhas,
teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente
cada minuto de sua vida; claro que tive momentos de alegria.
Mas, se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos.
Porque, se não sabes, disso é feita a vida, só de momentos,
não percas o agora.
Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro,
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas;
se eu voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver, começaria a andar descalço
no começo da primavera, e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres
e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vida pela frente.
Mas vejam, tenho 85 anos
e sei que estou morrendo...

JORGE LUIZ BORGES , 1986, SUÍÇA.